Apresentação


O dia 8 de março ficou conhecido internacionalmente como o Dia da Mulher e, em alusão à data, foi lançada a primeira edição de Laudelinas — uma publicação batizada em homenagem a Laudelina de Campos Melo, mulher negra, filha de pessoas escravizadas e fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil, em 1936.

No entanto, essa estreia não seguiu a linha dos cartazes floridos e das homenagens genéricas que costumam marcar a data. Laudelinas surgiu como denúncia e provocação, revisitando temas urgentes como o feminicídio e as interseções entre gênero e classe, sob o olhar sensível e crítico de mulheres cis e trans, indígenas, negras e brancas, vindas de diferentes cantos do país. Por meio da arte — em sua pluralidade de formas — essas mulheres expressaram indignação, medo, força e a potência de ser mulher em um dos países que mais mata mulheres (cis e trans) no mundo.

Agora, Laudelinas retorna em forma de revista, reafirmando seu compromisso de reunir e amplificar as vozes das mulheres brasileiras. Retorna para nos posicionarmos como protagonistas de nossas próprias narrativas e ressignificar o que entendemos por uma “revista feminina”: uma revista feita por mulheres, para todos que quiserem escutá-las.

Buscamos abordar questões que atravessam e atravessaram a experiência feminina, sem nos restringirmos a uma única pauta — porque somos muitas, e nossos caminhos, múltiplos.